Este foi o tema adotado pela sessão solene realizada na manhã de domingo (02/04), no Plenário Tereza Delta. A iniciativa do vereador Julinho Fuzari (PSC) busca conscientizar a população, de forma a valorizar o respeito, a aceitação e a compreensão das particularidades que afetam as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), reduzindo os estereótipos e a discriminação.
O autismo é um distúrbio complexo do neurodesenvolvimento; uma síndrome comportamental que envolve atrasos e comprometimentos nas áreas de interação social, linguagem/comunicação, incluindo uma ampla gama de sintomas emocionais, cognitivos, motores e sensoriais.
Para o parlamentar, com a instituição do uso do “Cordão de Girassol” como instrumento auxiliar de orientação e identificação de pessoas com deficiência oculta no município, por meio da aprovação da Lei nº 7.002/2021, de sua autoria, “as famílias retomaram a socialização porque deixaram de ser julgadas nas ruas quando os filhos estavam em crise, em um shopping, chorando no chão. Ao invés das pessoas passarem, apontarem o dedo e dizerem ‘é falta de castigo’ ou ‘isso é manha’; com o acessório, elas identificavam e ofereciam ajuda. Isso é inclusão”.
Ele informou que, atualmente tramita no Legislativo, o Projeto de Lei nº 137/2022, que dispensa a apresentação de laudo de reavaliação médica das pessoas que já tenham sido diagnosticadas com TEA para acesso a ações e serviços públicos e privados em São Bernardo do Campo. “Muitas vezes, para renovar o documento, a criança com TEA tem que aguardar um ano para a consulta com o neurologista na rede. Vencida a validade do laudo, a criança deixa de ter seus direitos assistidos, como a seletividade alimentar (nutrição adequada e terapia nutricional), o transporte escolar e o professor auxiliar em sala de aula. Uma vez autista, autista para a vida toda, mas podemos melhorar a vida dessa criança, que continuará a ser autista enquanto viver”, explicou.
Palestras
Para discutir a condição que, segundo estimativas, afeta mais de 2 milhões de pessoas no Brasil, os organizadores promoveram debates com os seguintes profissionais de saúde, terapeutas, neuropediatras e especialistas na causa:
Thainara Morales (fundadora da Clínica Arte Psico) – “Sinais de TEA em bebês”
Dra. Camila Almeida Exposto Alves (neurologista infantil) – “De Autismo a Transtorno do Espectro Autista: mudanças nos critérios diagnósticos”
Eloize Aliane (psicóloga e coordenadora clínica) – “Ideias para estimular crianças do TEA de acordo com ABA [Análise do Comportamento Aplicada]”
Rafaella Pascarelli (terapeuta ocupacional) – “Seletividade alimentar”
Cibele Eduardo e Amanda Rici (fonoaudiólogas) – “A importância da Comunicação Alternativa”
Arthur de Barros (convidado) – “A trajetória de um autista escritor”
Dra. Kelly Portugal Previato (cirurgiã-dentista) – “Orientações e cuidados de higiene oral dentro do TEA”
Dr. Rubens Wajnsztejn (neurologista) – “A neurologia da infância e da adolescência: diagnóstico e terapêutica contemporânea no TEA”
Dra. Alessandra Caturani (coordenadora do Núcleo Especializado em Aprendizagem da Faculdade de Medicina do ABC) – “A travessia rumo à avaliação interdisciplinar: prevalência, diagnóstico e invisibilidade”
Steffane Aparecida (psicóloga), Rafaella Lallo e Lorena Ortega (convidadas) – “Os benefícios da Terapia ABA na vida de um paciente com TEA”
Rayssa Siqueira e Vitória Machado (psicólogas) – “A diferença entre ABA e psicoterapia” e “Psicoterapia para adolescentes”
Douglas Vieira Machado (psicomotricista), Isaac Santiago (acompanhante terapêutico) e Victor Torres (convidado) – “A importância dos exercícios físicos para crianças e adolescentes com autismo”
Amanda Tenório (psicóloga e coordenadora clínica) e Erick Amaro (convidado) – “O tratamento do Transtorno do Espectro Autista na adolescência”
Thainá Queiroz (psicopedagoga) – “O papel da escola na inclusão do autista”.
Daniele Milena dos Santos Nottoli (convidada) – “As mães da sala de espera”
Os participantes abordaram assuntos como sinais de TEA em bebês, terapia ocupacional, o papel da escola na inclusão do autista, mudanças nos critérios diagnósticos, orientações e cuidados de higiene oral, avaliação interdisciplinar, neurologia da infância e da adolescência, diferenças entre ABA e psicoterapia, a importância dos exercícios físicos e da comunicação alternativa, entre outros. A gravação em áudio das palestras está disponível neste link.
A Dra. Thainara Morales, fundadora da Clínica Arte Psico, o deputado federal Alex Manente, sua esposa, Mariana Manente, e o vereador Estevão Camolesi compuseram a mesa de honra da solenidade, instituída conforme os termos da Resolução n° 3.151/2018.
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