abre capaOs integrantes da mesa de honra da solenidade em comemoração ao Dia da Capoeira. Foto: Oscar Jupiraci

A data foi comemorada em uma sessão solene realizada no Plenário Tereza Delta, na noite de quinta-feira (03/08). “No ano passado, em visita aos bairros, notei como a capoeira é expressiva em nossa cidade. Não poderia deixar de prestar esta homenagem a uma das manifestações culturais mais conhecidas do Brasil”, afirmou o vereador Samuel Alves (PSDB), autor da iniciativa, em seu discurso de abertura.

Duas teorias são mais aceitas para a origem da capoeira: uma conta que a prática veio para o Brasil com os negros escravizados; outra, que surgiu aqui mesmo, como luta de libertação e um modo de sociabilidade e solidariedade entre os escravos africanos durante a colonização portuguesa. 

samuel tribunaO vereador Samuel Alves (PSDB) presidiu a sessão solene. Foto: Oscar Jupiraci

“A palavra ‘capoeira’ tem alguns significados, um dos quais se refere às áreas de mata rasteira do interior do país. Esta mistura de luta, dança, esporte e arte, é caracterizada por movimentos ágeis e complexos, utilizando os pés e as mãos, com acompanhamento musical. Ao longo do século XX, consagrou-se a divisão de duas escolas: a ‘Angola’, mais semelhante às formas tradicionais de capoeira africana, e a ‘Regional’, mais voltada para o aspecto de combate”, explicou o vereador.

Mestre Alípio, um dos convidados da mesa de honra, ressaltou que a capoeira possui outras particularidades, além daquelas pressupostas pelo senso comum. “A capoeira é rica e enriquece a pessoa. Não é só a gente dando pulinho e tocando berimbau, tem muito mais para se conhecer”.  “Nós, da geração mais nova, aprendemos a humildade e o respeito, alicerces das artes marciais, com aqueles que têm mais experiência”, completou mestre Nenê.

Alex Mognon, secretário municipal de Esportes, propôs que, no próximo ano, a comemoração do Dia da Capoeira faça parte da programação oficial de atividades do mês de aniversário da cidade, em agosto. Além disso, sugeriu a criação de um centro de referência na cidade “para que os mestres continuem a fazer o ótimo trabalho que já vêm realizando”, afirmou.

Durante o evento, mestres, contramestres, mestrandos, instrutores e professores da cidade receberam diplomas de menção honrosa e broches com o brasão da cidade.

mesa honraFoto: Oscar Jupiraci

Estiveram presentes na mesa de honra, o vereador Samuel Alves, presidente da Comissão Organizadora; Luiz Henrique Watanabe, assessor de Assuntos Jurídicos e Cidadania, representando o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando; Ramalho da Construção, deputado estadual; Alex Mognon, secretário municipal de Esportes; Gilson Miranda, representando o secretário adjunto de Cultura do Município; mestre Alípio, da Associação de Capoeira Angola-Regional; mestre Benê, do Grupo Arte da Senzala; e mestre Nenê, do Centro Cultural Magnificat de Capoeira.

capo patri66 Foto: Amanda Oliveira/GOVBA/Fotos Públicas (26/11/2014)

Por todo o país, diversas leis municipais e estaduais estabelecem uma data em comemoração à arte da capoeira. A primeira dessas homenagens aconteceu com a criação da Lei nº 4.649, de 1985, do Governo do Estado de São Paulo, e a escolha de 3 de agosto para isso.  Apesar de ser adotada por muitos capoeiristas como a oficial, a data ainda não é nacionalizada.

Por iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), instituição vinculada ao Ministério da Cultura, a capoeira foi reconhecida, em julho de 2008, como patrimônio cultural imaterial brasileiro e, em novembro de 2014, a Roda de Capoeira foi considerada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Porém, muito antes desta legitimação, este símbolo da identidade nacional foi considerado crime no Primeiro Código Penal da República, em 1890, e só deixou de ser proibido na década de 1930.

Atualmente é praticada em mais de 160 países, em todos os continentes.

Com informações do Portal Brasil e Agência Brasil

 

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