O debate sobre a situação da população feminina diante das mudanças impostas pela Covid-19 pautou a primeira parte da sessão solene presidida pela vereadora Ana Nice (PT), na noite de quinta-feira (17/03), no Plenário Tereza Delta.
Ao iniciar seu discurso, a parlamentar lembrou que a última solenidade alusiva ao Dia Internacional da Mulher aconteceu há dois anos por causa da pandemia, que “infelizmente vitimou mais de 6 milhões de pessoas no mundo, e afetou negativamente, desde a atividade econômica até o ensino, passando pela saúde mental e, principalmente para nós, mulheres, trouxe grandes retrocessos. O índice de feminicídio, de violência doméstica, de denúncias de agressões cometidas por parceiros ou ex-companheiros aumentou muito neste período.
Quando se trata do mercado de trabalho, as mulheres foram as primeiras a serem atingidas. Ou foram demitidas, ou tiveram que ficar em casa para cuidar da educação dos filhos, que deixaram de ir à escola e passaram a acompanhar as aulas online. Segundo pesquisas, durante a pandemia, houve um atraso de décadas em relação aos avanços na igualdade no âmbito profissional. Se já havia um cenário desfavorável, a pandemia aprofundou ainda mais essa desproporção entre homens e mulheres quando o assunto é emprego”.
Para ela, a solução passa pela apresentação de propostas que possam garantir, manter ou melhorar os direitos adquiridos. “Temos que continuar cobrando do poder público e dos nossos representantes projetos de leis que tragam qualidade de vida e seguridade social para as mulheres, assim como fez a nossa vizinha Argentina, onde a criação dos filhos será incluída no tempo de serviço na hora em que a mulher pedir aposentadoria. No Brasil, já iniciamos a discussão sobre a ‘economia do cuidado’ e o PIB produzido pelas mulheres que ficam em casa para tomar conta de crianças, idosos, pessoas enfermas ou com deficiência”.
A convite dos organizadores, o Deputado Estadual Teonílio Barba; Dulce Xavier, socióloga e integrante da Frente Regional do ABC de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres; Fernanda Cardoso, doutora em economia do desenvolvimento, professora e pró-reitora da Universidade Federal do ABC; Vivia Martins, secretária-geral do Sindserv-SBC e secretária de assuntos jurídicos da CUT-SP, e Paulo Caires, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, compuseram a mesa de honra e participaram da discussão.
Na segunda parte da cerimônia, Ana Nice entregou diplomas de honra para mulheres que realizam um trabalho social na comunidade e são agentes transformadores da sociedade. São elas: Amábile Cordeiro; Elza Thuler; Gicélia Pereira; Izailda Vieira; Luciana Lefbão; Maria de Fátima; Maria do Amparo; Maria do Socorro; Maricelma Barreto; Monica Leonardo; Neia Bueno; Neiva da Consolação; Patrícia Batista, Salete Bezerra e Suzimara dos Santos.
“Por vezes, sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar, mas o mar seria menor se faltasse uma gota, disse Madre Teresa de Calcutá. O trabalho que cada uma de vocês exerce no espaço onde estão é muito importante. Como parlamentar eleita por vocês, tenho o dever e o compromisso de tirar mulheres como vocês da invisibilidade e trazer para esta Câmara Municipal como forma de reconhecimento”, concluiu a vereadora.
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