A entrega do Título foi no Plenarinho da Câmara Municipal e contou com a presença dos familiares do homenageado. Foto: Oscar Jupiraci.
Na tarde da última quarta-feira (14/10) foi realizada solenidade pública de entrega da Medalha João Ramalho ao Sr. Carlos Dias como reconhecimento da sua dedicação às corridas e a busca por patrocínios para arrecadar fundos para instituições de caridade. A iniciativa foi do vereador Ary de Oliveira e realizada nos termos do Decreto Legislativo n° 1.586, de 09 de maio de 2019.
“Acompanhei a carreira do Carlos desde o início. Sei do seu sacrifício, correndo atrás de patrocínio para poder fazer suas viagens. Infelizmente, no nosso país, o atletismo é um esporte pouco valorizado. Eu sempre o admirei pelo seu empenho e dedicação”, destacou o vereador ao entregar a Medalha. Foto: Oscar Jupiraci.
O Sr. Carlos Dias nasceu no dia 12 de janeiro de 1973, na cidade de São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo. É filho do Sr. Joaquim José Dias e da Sra. Neli Lima Dias, ambos falecidos. É Bacharel em Administração de Empresas e Pós-Graduado em Psicologia Organizacional - RH.
Foi eleito "Super Humano" pelo programa de televisão americano History Channel e possui dois recordes homologados no livro dos recordes brasileiro. É organizador de corridas e clínicas de corrida, bem como palestrante. Além disso, participa de ultramaratonas e de desafios ao redor do planeta. Já completou 106 maratonas e mais de 60 ultramaratonas (provas acima de 42 km de distância).
Criado e inspirado pela força da mãe, logo começou a superar limites a partir de maratonas e provas de desafio em ambientes extremos. Começou a trabalhar informalmente aos 12 anos de idade vendendo doces em empresas e chegava a andar cerca de quinze quilômetros por dia para vender todos os doces.
Aos 13 anos de idade, começou a trabalhar na mesma empresa que seu pai (já falecido) havia trabalhado. Ocupou os cargos de lavador de peças, office-boy, auxiliar de compras, comprador, vendedor, instrutor de cursos de qualificação profissional, gerente de vendas e, por fim, consultor em treinamentos corporativos.
Sempre praticou esportes. Jogava vôlei e futebol nos campos de terra de São Bernardo do Campo, bem como participava de ciclismo e paraquedismo. A corrida tornou-se importante aos 20 anos de idade, quando participou de sua primeira prova de dez quilômetros, no bairro Vila Prudente, localizado na capital de São Paulo.
Os seus treinos eram quase sempre correr da empresa para o trabalho. No início, corria dezoito quilômetros da casa para a empresa e no período noturno frequentava as aulas da faculdade. Após correr quase todos os estados brasileiros participando de maratonas, decidiu fazer sua estreia em ultramaratonas.
Participou da ultramaratona de cem quilômetros em Cubatão no ano de 1997 e, posteriormente, da Comrades Marathon (Maratona Dos Camaradas) na África do Sul, que se tratava de uma prova de noventa quilômetros de montanhas. Nessa prova, tornou-se o 2º brasileiro na história a completar o circuito, porém, não ganhou a medalha em razão de ter terminado a corrida em 11h 01min 27seg. Apesar disso, retornou com a experiência incrível de ter percorrido as estradas Sul-Africanas e como prêmio, ganhou da empresa em que trabalhava uma viagem para correr a maratona de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.
Em 1999, correu na Holanda durante vinte e quatro horas e ficou com a 4ª colocação, na categoria de 24 a 29 anos. Logo após, correu no deserto do Arizona (EUA) a distância de quatrocentos e trinta e dois quilômetros em seis dias, ficando com a 7ª colocação no geral.
Em 2003, realizou uma parceria com uma empresa de telefonia celular e correu mil milhas brasileiras (1.600 quilômetros) de Porto Seguro a São Bernardo do Campo (SP), tornando-se o primeiro brasileiro a correr mil milhas em 22 dias, uma média de 7setenta e cinco quilômetros por dia. No mesmo ano, correu a maratona da Selva Amazônica, com distância total de duzentos e cinquenta quilômetros, em seis etapas, durante sete dias. Ao todo, 16 países participaram e o Sr. Carlos Dias ficou na 8ª colocação no geral.
Em 2004, voltou a correr a maratona da selva e a corrida de 24 horas da Holanda. No ano de 2005, organizou a Corrida 24 horas de São Caetano do Sul, reunindo atletas de vários estados brasileiros.
Em 2006, voltou a correr na maratona da Selva Amazônica e organizou uma corrida de seis horas em São Caetano do Sul.
O nascimento do seu filho Vinícius no ano de 2007, o motivou a realizar um sonho antigo: o de correr o Brasil de Norte a Sul. Desse modo, correu a distância de nove mil quilômetros em cem dias, uma média diária de noventa quilômetros, catorze horas por dia, do Oiapoque ao Chuí, entrando para o livro dos recordes brasileiro. Em 2008, completou a BR-135, prova de duzentos e dezessete quilômetros, em 63 horas.
Completou, também, a primeira etapa da Copa do Mundo dos Desertos. Correu no deserto de Gobi, localizado na China, um percurso de duzentos e cinquenta quilômetros entre montanhas e a 3.000 metros de altitude, ficando na 5ª colocação na categoria de 30 a 39 anos. Ao todo, 29 países participaram dessa competição. Ainda no mesmo ano, correu no Deserto do Saara em outubro e Antártida em novembro.
Em abril de 2009, iniciou o ano completando o Deserto do Atacama e com isso, se tornou o primeiro sul-americano a correr os quatro desertos mais extremos do planeta em 10 meses e, novamente, teve seu nome incluso no livro dos recordes brasileiro. Na maioria dos casos, os quatro desertos são superados pelos atletas em 4 ou 8 anos.
No mês de setembro de 2009, terminou com sucesso o desafio de correr 5.130 quilômetros em 59 dias, saindo no dia 5 de setembro de Nova Iorque, dia em que ocorria a festa Brazilian Day, com a energia de 2 milhões de pessoas juntamente com o ciclista Francisco Antônio da Silva, que o acompanhou de bicicleta, passando por 11 estados, enfrentando calor, chuva, neve e os ventos fortes, até chegar em São Francisco, na Califórnia.
De setembro de 2010 a agosto de 2011, durante 325 dias, superou mais um desafio, que foi o maior de sua carreira: correr 18.250 km em 325 dias, percorrendo uma média diária de 56 quilômetros, para arrecadar fundos ao Hospital GRAACC. Nessa corrida, realizou uma homenagem à sua mãe que faleceu no dia 1º de agosto 2010, correndo cada quilômetro com muita garra e determinação.
Em novembro de 2011, foi para o Nepal correr no lugar mais alto do planeta. Percorreu cento e três quilômetros em quatro dias, acima dos 6.000 metros de altura, um teste para o corpo e para a mente. Retornou com um respeito ainda maior desse lugar incrível no planeta.
No dia 25 de janeiro 2012, percorreu durante 39 horas os principais pontos turísticos de São Paulo para prestar uma homenagem ao aniversário de São Paulo, comemorar seus 39 anos de vida e arrecadar fundos ao Hospital GRAACC. Em maio de 2012, cruzou o deserto seco e quente de Wadi Rum, conhecido como Vale Elevado, situado na Jordânia, com percurso de duzentos e cinquenta quilômetros em sete dias.
No ano de 2013, comemorou seus 40 anos de idade e 20 anos de carreira na corrida com um grande desafio: percorreu 24 horas em 27 finais de semana seguidos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, durante seis meses em prol do combate ao câncer infantil. Em 2014, correu 12 horas nas 12 cidades sedes da copa do mundo em prol do combate ao câncer infantil. No mesmo ano, correu duzentos e cinquenta quilômetros em sete dias na Ilha de Madagascar na África.
Para comemorar os 42 anos de idade e continuar abraçando a causa do câncer infantil, resolveu correr 42 maratonas (42.195 MT) em 42 dias seguidos. Ele correu em esteira, estradas de terra, praia e rodovia. Correu cada maratona em média de cinco horas cada uma, perdeu cinco quilos e não teve nenhuma lesão, manteve o ritmo de 8,5 quilômetros por hora e os seus batimentos do coração não passaram dos 160 BPM. Correu os duzentos e cinquenta quilômetros mais difíceis da sua vida, superando a distância em altitude de 4.000 metros, em trilhas incas, subindo e descendo paredões, cruzando rios gelados, trilhas de pedras, areia e lama. Passando em vulcões imponentes no Equador.
Em 2016, percorreu as montanhas, florestas e savanas da Ilha do Sri Lanka, correndo duzentos e cinquenta quilômetros em sete dias. Ainda em 2016, percorreu todas as capitais do Brasil, com o desafio 12 horas das capitais.
Em 2017, percorreu 24 horas em 19 capitais e a cidade de Porto Seguro, em prol do combate ao câncer infanto-juvenil. Em 2018 voltou a cruzar o Brasil correndo em prol do combate ao câncer, percorrendo a distância do Chuí até Pacaraima, fronteira da Venezuela, totalizando 10.000 quilômetros em 200 dias.
Além dessas corridas, participou também das seguintes provas:
1998 - Dezembro - NYC Marathon - 42,195km;
2001 - Dezembro - Deserto do Arizona (EUA) - 432km;
2002 - Dezembro - Deserto do Arizona (EUA) - 432km;
2004 - Outubro - Ecomotion na Bahia - 500 km.